Mães acima do peso amamentam menos seus filhos
Um dos motivos é a vergonha de amamentar em público, diz estudo.
De acordo com a Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde de 2006, 43% das mulheres em idade reprodutiva (entre 15 e 49 anos) estavam acima do peso e 16% delas eram consideradas obesas. Segundo a nutricionista Thaís Andrade Fernandes, este excesso de peso materno tem relações diretas sobre a amamentação. Esse foi um dos achados apresentados por Thaís em sua dissertação de mestrado “Excesso de peso materno pré-gestacional, ganho de peso na gestação e interrupção precoce do aleitamento materno exclusivo no primeiro mês de vida”, apresentada em 2009 no Instituto de Nutrição da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
“Mulheres acima do peso, quando comparadas às com estado nutricional adequado, planejam amamentar por períodos mais curtos, apresentam menor duração do aleitamento materno e iniciam e mantêm a amamentação em menores proporções”, diz a autora.
A partir da análise de 592 mulheres adultas no pós-parto, atendidas em quatro Unidade Básicas de Saúde na cidade do Rio de Janeiro, Thaís concluiu que as mulheres com obesidade anterior à gestação apresentaram cerca de duas vezes mais chances de interromperem o aleitamento materno exclusivo no primeiro mês pós-parto. Quando houve ganho de peso na gestação, o abandono da amamentação exclusiva no primeiro mês foi de duas a três vezes maior.
Essa relação entre o excesso de peso materno e a amamentação foi explicada pela autora através de três hipóteses. A primeira é a hipótese fisiológica, na qual a amamentação é prejudicada porque o excesso de gordura das mães retardaria a queda de progesterona sérica – fase que leva à descida do leite materno e o estabelecimento da lactação. “O atraso na descida do leite pode causar ansiedade e insegurança, levando a mãe a oferecer outro tipo de leite/fórmula láctea a seu filho”, explica a nutricionista na dissertação.
A segunda é a hipótese física, que diz que as mamas grandes e pesadas das mulheres acima do peso podem prejudicar o posicionamento e a pega correta do bebê ao seio, prejudicando a sucção. “Quando a sucção do bebê acontece de maneira ineficiente, a produção de leite materno fica comprometida”, conta. Um dos motivos, segundo ela, é que a pega incorreta não promove o estímulo hormonal necessário à produção do leite.
Já a hipótese psicossocial diz que a insatisfação da mulher com seu próprio corpo prejudica a amamentação. Esse fato faz com que a mulher não queira, por exemplo, amamentar em público, explica Thaís.
“Além dessas hipóteses, acrescenta-se que mulheres com excesso de peso apresentam maior frequência de condições clinicas capazes de influenciar negativamente o aleitamento materno, tais como diabetes, pré-eclâmpsia e parto cesário”, acrescenta.
Agência Notisa (science journalism – jornalismo científico)
De acordo com a Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde de 2006, 43% das mulheres em idade reprodutiva (entre 15 e 49 anos) estavam acima do peso e 16% delas eram consideradas obesas. Segundo a nutricionista Thaís Andrade Fernandes, este excesso de peso materno tem relações diretas sobre a amamentação. Esse foi um dos achados apresentados por Thaís em sua dissertação de mestrado “Excesso de peso materno pré-gestacional, ganho de peso na gestação e interrupção precoce do aleitamento materno exclusivo no primeiro mês de vida”, apresentada em 2009 no Instituto de Nutrição da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
“Mulheres acima do peso, quando comparadas às com estado nutricional adequado, planejam amamentar por períodos mais curtos, apresentam menor duração do aleitamento materno e iniciam e mantêm a amamentação em menores proporções”, diz a autora.
A partir da análise de 592 mulheres adultas no pós-parto, atendidas em quatro Unidade Básicas de Saúde na cidade do Rio de Janeiro, Thaís concluiu que as mulheres com obesidade anterior à gestação apresentaram cerca de duas vezes mais chances de interromperem o aleitamento materno exclusivo no primeiro mês pós-parto. Quando houve ganho de peso na gestação, o abandono da amamentação exclusiva no primeiro mês foi de duas a três vezes maior.
Essa relação entre o excesso de peso materno e a amamentação foi explicada pela autora através de três hipóteses. A primeira é a hipótese fisiológica, na qual a amamentação é prejudicada porque o excesso de gordura das mães retardaria a queda de progesterona sérica – fase que leva à descida do leite materno e o estabelecimento da lactação. “O atraso na descida do leite pode causar ansiedade e insegurança, levando a mãe a oferecer outro tipo de leite/fórmula láctea a seu filho”, explica a nutricionista na dissertação.
A segunda é a hipótese física, que diz que as mamas grandes e pesadas das mulheres acima do peso podem prejudicar o posicionamento e a pega correta do bebê ao seio, prejudicando a sucção. “Quando a sucção do bebê acontece de maneira ineficiente, a produção de leite materno fica comprometida”, conta. Um dos motivos, segundo ela, é que a pega incorreta não promove o estímulo hormonal necessário à produção do leite.
Já a hipótese psicossocial diz que a insatisfação da mulher com seu próprio corpo prejudica a amamentação. Esse fato faz com que a mulher não queira, por exemplo, amamentar em público, explica Thaís.
“Além dessas hipóteses, acrescenta-se que mulheres com excesso de peso apresentam maior frequência de condições clinicas capazes de influenciar negativamente o aleitamento materno, tais como diabetes, pré-eclâmpsia e parto cesário”, acrescenta.
Agência Notisa (science journalism – jornalismo científico)
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