Estrias como lidar com as marcas inconvinientes

Nos dicionários, a estria é definida como “pequena linha”, “filete”, “sulco muito estreito” e “linha extremamente fina”. Dito desse modo, parece algo quase imperceptível, para o qual não se deve dar importância. Mas sabemos que não é assim. As cicatrizes resultantes do rompimento de fibras elásticas e colágenas da pele – geralmente provocado pelo desenvolvimento do corpo durante a adolescência, a gravidez ou por ganhos abruptos de peso – são uma das marcas dérmicas que mais desagradam às mulheres.
A má notícia é que podem durar a vida toda e que métodos preventivos até ajudam, mas não garantem que elas desaparecerão. A boa é que tratamentos modernos têm mostrado bons resultados.



No corpo feminino, as marcas são mais comuns nas mamas, no abdome e na parte lateral dos quadris. São menos frequentes nas mulheres que, por fatores genéticos, não tiveram muito desenvolvimento corporal (aumento de seios ou de quadril, por exemplo) durante a adolescência e em quem engordou pouco durante a gestação.



Um dos principais meios de se prevenir contra o problema, portanto, é não engordar rapidamente. “A recomendação de hidratar a pele também é correta, para que ela tenha melhor maleabilidade quando está estirando. Mas isso não quer dizer que a estria não vai aparecer”, diz a dermatologista Monica Manuela Azulay, professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e coordenadora do setor de Cosmometria da regional fluminense da Sociedade Brasileira de Dermatologia.



Para hidratar a pele, recomendam-se produtos à base de vitamina C e ácido retinoico, cuja fórmula deve ser indicada por um dermatologista. Também são usados cremes hidratantes, mas é preciso ter cuidado com os feitos à base de ureia, geralmente presentes em óleos de amêndoa: a substância atravessa a placenta e pode causar má-formação do feto. Por isso, a Anvisa determina que nos cosméticos com ureia haja um aviso no rótulo: “não utilizar durante a gravidez”.



É necessário tomar cuidado ainda com outros medicamentos, adverte a Dra. Monica: em algumas mulheres, os que contêm corticoides (usados em casos de alergia, por exemplo) podem favorecer o crescimento de estrias. A recomendação é não se automedicar e sempre procurar o dermatologista quando for preciso tratar alguma doença.



Tratamento



Na puberdade, na gravidez ou em momentos de ganho considerável de peso, a evolução da estria é semelhante: normalmente apresenta-se vermelha e com relevo acentuado nos primeiros estágios, depois fica branca e perde os contornos altos.



A visão geral das mulheres é que o tratamento contra as estrias é complicado, mais inclusive que o da celulite. Seria isso um mito? “Dizer que não tem cura não é verdade. Mas não há um tratamento fácil e não tem como dizer para a paciente que ela vai ficar 100% boa”, pondera a professora da UFRJ. “Quanto antes se procurar tratamento, maiores são as chances de melhorar totalmente ou de deixar as estrias quase imperceptíveis, tanto as vermelhas como as brancas”, ressalta.



A fase avermelhada é mais simples de tratar. Podem ser usados cremes diariamente e realizados pielings químicos e físicos na superfície da pele, geralmente a cada 15 dias. Já a branca é mais complicada. Uma das possibilidades é injetar uma agulha especial no rastro da estria (procedimento feito com anestesia), o que provoca uma lesão roxa no local por cerca de uma semana. Para absorver esse hematoma, o corpo gera colágeno, que ajuda a afinar a estria.



Fique atenta, porém, se houver surgimento de várias marcas de forma repentina. Isso pode estar associado a outras doenças, como hepatite C, explica a Dra. Monica. Procure um médico para que ele faça o diagnóstico correto.

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